A commodityzação do Marketing de Conteúdo.

Publicada por Bruno de Lacerda na categoria Marketing Digital ,Mídias Sociais no dia 18 novembro 2016

O Marketing de Conteúdo já “commodityzou”, principalmente devido ao excesso e conteúdos rasos. Está cada dia mais difícil atingir o público certo, e, principalmente despertar a atenção nesse emaranhado de informações, em que somos impactados diariamente.

Mas calma! Esse não é mais um artigo polêmico sobre o assunto, decretando o fim do Marketing de Conteúdo ou mesmo do Inbound Marketing, pelo contrário, ainda há muito o que explorar, estamos apenas engatinhando no Brasil, aprendendo as melhores formas de praticar e performar. Se me perguntarem se funciona, respondo de bate- pronto, Sim! especialmente utilizando com seriedade.

Levanto aqui, a necessidade de filtros para valorizar e despertar a atenção de bons conteúdos, assim como apresentar novas opções de engajamento e conexão com o público, e, não supervalorizar estratégias X ou Y.

Hiten Shah – Co-fundador de diversas empresas como a KISSMETRICS, Quick Sprout e Crazzy Egg, afirma que:

Nunca se produziu tanto conteúdo quanto hoje. Parece que todos têm um blog, e para as pessoas que ainda estão dando os primeiros passos na área, ter sucesso com conteúdo parece mais assustador e intimidante do que nunca. Talvez seja por isso que muitas pessoas estão tentando proclamar ‘a morte do marketing de conteúdo’. Marketing de conteúdo não é assustador. Quando você retira toda a desinformação e publicidade, trata-se apenas de ajudar as pessoas a solucionarem seus problemas. Mas, para transformá-lo em um motor de crescimento e receita, você tem que fazer dele um processo.

A necessidade de produzir conteúdo é tão latente nas pessoas que, hoje somos mais conhecidos como Prossumer, emissores e receptores de conteúdo ao mesmo tempo. O arsenal paira sobre nossas mãos, é a era do Customer Empowerment.

Olha o desafio! Entregar o conteúdo certo, no momento certo. O Google já nos apresentava esse conceito através do ZMOT (O momento zero da verdade na decisão de compra). Os consumidores buscam informações vindas de fontes confiáveis antes de decidir o que comprar. Essas informações são opiniões de outras pessoas em sites especializados, discussões em fóruns, postagens em redes sociais, reviews de produtos/serviços e, outros meios disponíveis atualmente. Content Marketing neles!

DEcisão de compra através do ZMOT do Google

ZMOT criado pelo Google.

Porém, nossa memória seletiva está cada dia mais no modo, Economia da Atenção. A distribuição desse conteúdo orgânico, já não entrega mais como entregava há poucos anos. Este conteúdo já não chega com tanta frequência e, quando chega, nos confunde e até mesmo nos decepciona. É o paradoxo da escolha, queremos diversas opções, mas quando a temos, nos incomoda tomar uma decisão. A tática headline matadora, ao melhor estilo clickbait, acaba por amplificar esse bloqueio.

Mas ora bolas, temos a mídia paga como a solução dos nossos problemas. Okey! Sabemos que a hora do almoço grátis acabou, o investimento nos canais de distribuição torna-se cada vez mais necessário, mesmo com conteúdo de qualidade. Alguns especialistas no assunto acreditam que o caminho será a disseminação de conteúdo por micro canais. Realmente é uma boa aposta.

Ai encontramos outro porém. Os Millennials tem altíssima restrição com Ads. Os “temidos” ad blockers, vem ganhando cada vez mais espaço e deixando, obviamente, anunciantes e donos de sites/blogs preocupados. Segundo um novo levantamento feito pelo IVC (Instituto Verificador de Comunicação), cerca de 15% da audiência on-line do Brasil já utilizam esses bloqueadores de publicidade.

Concomitante a isto, a publicidade digital constantemente tem a sua eficácia contestada. A falta de transparência que preocupa o mercado publicitário, ficou bastante evidente semanas atrás. Revelações de que o Facebook superestimou em até 80% o tempo médio que as pessoas viam anúncios em vídeo em sua plataforma chocaram o mundo da publicidade e mídia.

A bola da vez então parece ser o Branded Content. No mundo todo, grandes marcas têm redobrado seus investimentos em Branded, para awareness de marca, construção de imagem e promoção de produtos. Diferentemente da publicidade tradicional, o conteúdo propicia às marcas uma interação mais orgânica com a audiência, menos interruptiva e necessariamente baseada em uma relação de confiança e transparência.

O problema que ainda é um ambiente árido no Brasil, estratégia desconhecida por muitos, adotada com excelência por pouquíssimos. Há mesmo até uma confusão de dicotomia entre o Branded Content e o Marketing de Conteúdo. A marca Dove é pioneira quando falamos em Branded. Sabe como poucas explorar a sua essência, valores e propósito da marca. Confira que campanha belíssima:

Outro queridinho são os Influenciadores Digitais, que vem ganhando notoriedade e espaço junto as marcas.

Antigamente, influenciadores faziam parte de um seleto grupo, geralmente formado por músicos, artistas, escritores, atletas e, outras personalidades advindas dos canais de massa, como TV, Rádio, e outros. Mas a realidade mudou. A Internet, em particularmente as mídias sociais, deu voz a todos.

Qualquer um, isso mesmo, qualquer pessoa comum pode vir a se tornar um influenciador digital – principalmente nestas relações líquidas – entregando conteúdo para nichos específicos dentro de plataformas como, Instagram, Facebook, Snapchat, e claro, o Youtube, que por sinal, surgiu uma “nova”profissão, os Youtubers. A Cauda Longa explica este fenômeno.

A pesquisa “Os novos influenciadores: quem brilha na tela dos jovens brasileiros” aponta as personalidades de vídeo mais admiradas por adolescentes de 14 a 17 anos em seis regiões do País. Dos top 20, 10 são Youtubers.

Millennials e os influenciadores digitais

Influenciadores Digitais.

O “trem bala” do digital está em curso, num piscar de olhos tudo pode mudar novamente.

É acompanhar e aguardar!

Aguardo o seu comentário.

Grande Abraço!

Bruno de Lacerda

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