Publicada por Bruno de Lacerda na categoria Comportamento do Consumidor ,Inovação ,Marketing Digital no dia 18 novembro 2016
O sistema financeiro/bancário passa por uma transformação totalmente disruptiva. A forma de consumir, relacionar com os bancos, nunca mais será a mesma, pode acreditar!
É verdade que isso irá demorar um pouco mais a se consolidar no Brasil , visto o nosso atraso tecnológico. O acesso à internet ainda é restrito, em 2014 ultrapassamos os 50% de acesso nos lares brasileiros.
A cultura digital é muito incipiente, e, grande parte da população ainda não é bancarizada. Segundo o Ipea, mais de 39% dos brasileiros estão fora do sistema bancário.
Mas, tal mudança já começou a incomodar, pois as Fintechs – toda empresa que oferece serviços financeiros que se diferenciam pelas facilidades proporcionadas pela tecnologia e, com efeito, pela internet – não precisam se posicionar como marcas digitais, nascem orientadas pelo marketing, é endógeno, faz parte da essência dos seus produtos e serviços.
Focam em qualidade, na experiência, e até mesmo na exclusividade. A quantidade, pelo menos neste primeiro momento, pouco importa. Disponibiliza poucos, mas excelentes serviços ou produtos específicos. Inovação e atendimento diferenciado nos canais digitais são palavras de ordem.
Os grandes players do sistema financeiro/bancário já estão reposicionando, e até mesmo preocupados. Não é mais uma modinha, assim como foi entre os anos de 2009 e 2011 o boom dos sites de compra coletivas. O banco Itaú faz um belo trabalho, investe pesado em comunicação com o Digitaú, trabalhando os marcadores somáticos, onde busca desenvolver associações da marca com o ambiente digital. O Bradesco também não quer ficar para trás, destina a cada ano mais recursos para as áreas de tecnologia e inovação.
Aí que vem, talvez, o maior problema. Não basta reposicionar, o consumidor tem que ter a percepção, imagem de que realmente algo mudou, e convenhamos, mudar a estrutura de empresas consolidadas, verticalizadas, burocratizadas e ortodoxas, não é nada fácil, pode demorar décadas para obter êxito. Qual a imagem que temos dos grandes bancos? Difícil mudar isso, não é mesmo?
O grande segredo do posicionamento é justamente neste ponto, uma reflexão do que a marca pretende entregar para seus consumidores ou usuários, desde que as pessoas tenham esse julgamento, o entendimento que realmente a marca está oferecendo aquilo que lhe foi prometido.
Depois que conheci e adquiri um cartão Nubank – talvez hoje a fintech mais popular do Brasil – deixo cada vez mais de utilizar outras operadoras de cartão de crédito, mesmo com seus inúmeros benefícios.
Como entusiasta, e Innovator para Early-adopter dentro da curva de adoção da tecnologia,
abri uma DigiConta no Bradesco e outra no banco Original. Não tem como parear, apesar da proposta ser bem interessante, e ter uma certa evolução, o Bradesco não tem a cultura digital no seu core business. Aplicativos ou plataformas Web sempre estiveram mais para recursos adicionais do que para diferenciais. Já o banco Original, é genuinamente digital (até rimou), é a razão de ser da marca, faz parte do seu propósito, busca fazer a diferença na vida das pessoas através da experiência.
Um argumento dos grandes banco é a segurança e credibilidade em transações financeiras. A confiança adquirida nessas respeitadas instituições, faz uma enorme diferença para muita gente, principalmente para quem ainda não tem intimidade com o ambiente digital.
Porém, as transações financeiras movimentadas por moedas digitais, como os Bitcoins, por exemplo, movimenta bilhões na economia americana. Algumas empresas no Brasil já fazem uso dessa tecnologia há algum tempo. Um estudo feito pelo serviço de pesquisa do Congresso dos Estados Unidos sugere que o crescimento da circulação de Bitcoins pode afetar a efetividade da política monetária do Fed, o Banco Central norte-americano.
Algumas empresas no Brasil já fazem uso dessa tecnologia há algum tempo. A construtora Tecnisa aceita Bitcoins como forma de pagamento na aquisição de seus imóveis.
Não podemos esquecer do PayPal, empresa com foco para transferência de dinheiro e pagamentos, pioneira nesse mercado de transações online.
E o que falar das moedas sociais que trazem um escambo moderno para a nossa realidade, sem a necessidade de intervenção das instituições financeiras. A moeda social, por sua circulação restrita, auxilia a diminuir o poder centralizador da economia capitalista globalizada, ajudando a promover a inclusão social. Possibilita o comercio entre indivíduos excluídos do sistema bancário tradicional, os chamados desbancarizados.
A economia colaborativa veio para impulsionar o sucesso das fintechs. Quem precisa de uma agência bancária com toda aquela estrutura? Precisamos apenas dos serviços! E é justamente nesta demanda e necessidade de mercado, que as fintches entraram “chutando a porta”. No novo modelo de economia, a posse perde espaço para o uso. Não nos preocupamos mais em ser clientes do banco X ou Y, queremos a experiência em usufruir dos seus serviços.
Vamos ficar atentos, a revolução digital (3ª onda) impactou e está transformando o modelo de negócios financeiro.
Acredito que os big players do mercado financeiro irão sobreviver a esse Tesarac, nem que seja através de aquisições, mas o recado está dado:
O futuro não é mais o mesmo!
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Grande Abraço!
Bruno de Lacerda.